Ah, como era bom

E como foi difícil continuar em pé depois que recebi aquela notícia. As coisas começaram a rodar em milésimos de segundo e meu corpo estava todo trêmulo.
Fiquei por uns dias assim, intacta e bastante chocada. Algumas coisas pararam de fazer sentido e eu deixei de ir a lugares que costumava e que me deixavam bem. Agora a única coisa que tomava conta da minha cabeça era aquilo. Não conseguia mais me distrair e isso começava a ficar exposto em meu rosto.
Comecei então a ficar nervosa, não podia deixar que percebessem o que estava acontecendo. Não ia ser bom para mim que isso se espalhasse. E eu, mas uma vez não sabia o que fazer. Não existia ninguém nesse mundo que pudesse, agora, me ajudar.
Até que então me lembrei dele e com as mãos tremulas comecei a procurar naquelas poucas páginas que restavam de uma antiga agenda telefônica. Mas eu sabia que seu nome estaria lá e que você iria poder me ajudar. Eu não podia desistir logo agora tão perto.
Sim, eu encontrei, estava no mesmo lugar de sempre, escrito por ele mesmo: "Eduardo: 3334-0904". Fiquei em dúvida e não sabia se era certo te ligar agora, depois de tanto tempo e com um problema desses. Mas agora, só você poderia me ajudar.
Fiquei rodando por algum tempo ao redor da mesinha onde estava o telefone. Não sabia como seria sua reação ao ouvir minha voz e muito menos se você iria concordar em me ver. Mas eu não tinha outra escolha. Peguei o telefone e disquei.
Demorou bastante para atender, até que uma voz rouca soa:
- Alô?
Eu sabia que era você, essa voz eu reconheceria a qualquer lugar e em qualquer hora. O coração bateu mais forte e por alguns minutos pensei em desligar o telefone e desistir dessa idéia. Mas eu não podia, logo agora tão perto.
- Eduardo? Eu não sei o que você ira pensar, mas sou eu, Luciana e precisava muito te ligar.
O silêncio ecoou pelo telefone, e pude perceber então que você estava mesmo surpreso.
- Preciso muito da sua ajuda, e gostaria que me encontrasse hoje, no mesmo lugar que sempre costumávamos nos encontrar. Eu estarei lá, te esperando, às 2 horas.
E assim desliguei o telefone na esperança, de que mesmo não tendo dito nada ao telefone, você esteja lá.
As horas demoraram a passar, mas às 2 horas estava eu la, a sua espera. Comecei a ficar nervosa quando não conseguia ver você no meio de todas aquelas pessoas. Mas você iria, eu podia sentir.
Comecei a andar de um lado para o outro até que meus olhos pararam naquele lugar. Sim, era você. Eu te reconheceria em qualquer lugar, mesmo depois de tanto tempo. O coração começou a pular e mal dava para disfarçar todo minha alegria.
Olhei para lá mais uma vez, e ele sorriu para mim. E eu também sorri para ele[...]